"Sou machista, racista e homofóbico"
Reconhecer privilégios é muito importante, mas não muda o cenário em que vivemos se não reconhecermos também, a nossa responsabilidade nisso tudo.
O título pode chocar, mas a realidade precisa ser dita: é NECESSÁRIO encarar que somos fruto de uma estrutura que perpetua preconceitos. Somos vítimas sim, mas também somos agentes que reproduzem e espalham comportamentos aprendidos pelos nossos pais e antepassados.
Quando falamos de desconstrução, o primeiro caminho sempre é reconhecer os privilégios — e não, ter privilégios não quer dizer que você tem uma vida fácil, apenas que você não tem mais um problema, motivado pela sua raça, sexualidade ou gênero. Contudo, aliado a este reconhecimento, é extremamente importante que exista também, o entendimento do nosso papel e da nossa responsabilidade na conservação e reprodução de comportamentos preconceituosos.
Ninguém nasce sendo o “alecrim dourado” da desconstrução, tudo isso é um processo e ele exige que nos desmontemos, peça por peça; E depois, nos remontemos pouco a pouco, questionando comportamentos, atitudes e AÇÕES — que tomamos ou não — frente à situações de discriminação. Entender que fomos ensinados e moldados por um sistema que ampara TODOS estes preconceitos, é tomar consciência de que também somos culpados e a partir desta culpa, precisamos mudar e tomar atitudes que vão além da reflexão profunda.
Ser um reprodutor de preconceitos não nos faz necessariamente, más pessoas, então não é preciso ter medo de assumir que temos certos comportamentos. Porém, SE MANTER no escuro ou alheio a essa conscientização é sim, uma forma de SER em essência, alguém preconceituoso. Há ainda o agravante de se fazê-lo por preguiça ou comodidade, afinal, na era da INTERNET e da INFORMAÇÃO, quem tem o acesso e fica sob a sombra da ignorância é porque quer.
Nossa sociedade é composta por dois tipos de pessoas: os que reproduzem preconceitos que aprenderam, assumem pra si que estão errando, se educam e tentam mudar; E os que reproduzem porque acham correto e não desejam aprender ou se desvencilhar de ideais do passado. Qual desses você é ou deseja ser?